A canelite, também conhecida como síndrome do estresse tibial medial ou periostite tibial, é uma lesão que pode afetar sua jornada de treinamento. Essa condição é caracterizada por dor na parte inferior e interna da canela.
Essa lesão surge devido ao trauma repetido nos tecidos conectivos que envolvem o osso da tíbia, conhecido como periósteo. Ignorar essa lesão pode agravar os sintomas ou levar a condições mais graves, como fraturas por estresse nos ossos da perna.
Quais São os Riscos de Desenvolver Canelite?
Existem diversos fatores de risco associados ao desenvolvimento da canelite, especialmente em corredoras. Esses fatores incluem:
- Treinamento de Corrida Inadequado: Treinos inadequados podem sobrecarregar os músculos da perna, contribuindo para a canelite.
- Fraqueza nos Músculos Anteriores da Perna: A fraqueza do músculo tibial anterior, que é fundamental na fase de apoio médio da corrida, pode aumentar o risco.
- Desequilíbrio Muscular: O desequilíbrio entre os músculos anteriores e posteriores da perna, muitas vezes causado pelo uso excessivo de salto alto, pode ser um fator de risco.
- Inflexibilidade Muscular: A falta de flexibilidade nos músculos gastrocnêmio, sóleo e plantares, como o flexor longo dos dedos, também pode contribuir para a canelite.
- Aumento Repentino da Atividade Física: Mudanças abruptas na intensidade e duração da atividade física podem sobrecarregar os músculos e predispor à canelite.
- Pronação Excessiva do Pé: Mulheres com pisada pronada são mais suscetíveis, especialmente quando associada à fraqueza do músculo tibial anterior.
Por Que a Canelite Causa Dor?
Alguns especialistas acreditam que a dor da canelite seja causada pela ruptura das fibras de Sharpey, que conectam a fáscia medial do músculo sóleo ao periósteo da tíbia. A fáscia é um tecido fibroso que envolve grupos musculares e se conecta ao osso.
Diagnóstico da Canelite
A canelite geralmente provoca dor no final do treino, que melhora com repouso, aplicação de gelo ou uso de analgésicos e anti-inflamatórios. Os sintomas também podem ocorrer no início do exercício. O diagnóstico envolve dor à palpação local e, às vezes, inchaço. A ressonância nuclear magnética da perna é o exame mais indicado, frequentemente revelando espessamento do periósteo na área dolorida. É importante distinguir a canelite de uma fratura por estresse.
Tratamento para Canelite
O tratamento inicial da canelite envolve o uso de gelo e anti-inflamatórios não esteroides para reduzir a inflamação, seguido de fisioterapia. A fisioterapia visa reduzir a inflamação e reequilibrar a musculatura para prevenir recorrências.
Devo Parar de Correr com Canelite?
A recuperação da canelite envolve descanso, variando de uma semana a três meses, dependendo dos sintomas e desequilíbrios musculares identificados. Em casos graves, muletas podem ser necessárias. Calçados apropriados e palmilhas também são fundamentais para prevenir recorrências. Em casos refratários, terapia de ondas de choque extracorpóreas, infiltrações locais e até intervenções cirúrgicas podem ser consideradas.
A canelite, embora comum, pode afastar corredoras por um período prolongado e afetar o desempenho cardiovascular. A prevenção é a melhor estratégia, incluindo avaliações de composição corporal, fortalecimento muscular, reequilíbrio e melhoria da flexibilidade sob a supervisão de um educador físico especializado em biomecânica da corrida. Lembre-se sempre de ouvir seu corpo e procurar ajuda profissional ao primeiro sinal de dor ou desconforto. Sua saúde e treino merecem cuidado.
Nota Importante: Este artigo visa fornecer informações, mas não substitui a consulta médica. O diagnóstico de lesões e as opções de tratamento variam de pessoa para pessoa, dependendo de diversos fatores individuais. Portanto, é essencial consultar sempre um médico para orientação adequada. As informações fornecidas aqui não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou autotratamento.