Para melhor compreender esse problema tão frequente no cotovelo, é essencial esclarecer alguns conceitos simples. O sufixo “ite” na medicina denota inflamação. Portanto, a inflamação das amígdalas é chamada de amigdalite. Da mesma forma, a epicondilite refere-se à inflamação de um osso no cotovelo conhecido como epicôndilo. O cotovelo possui dois epicôndilos, que são projeções ósseas de onde se originam os músculos responsáveis pelos movimentos do antebraço e da mão – um localizado na parte lateral, e outro na parte medial, ou seja, interna da articulação.
A Epicondilite Lateral do Cotovelo é Comum?
Sim, é um dos problemas mais frequentes que afetam o cotovelo. Embora seja comum em trabalhadores braçais submetidos a esforços repetitivos nos membros superiores e em atletas que praticam esportes de raquete, ela também pode ocorrer em indivíduos sedentários, principalmente em adultos de meia-idade.
Por Que Surge a Epicondilite Lateral do Cotovelo?
A epicondilite lateral do cotovelo é um tema amplamente estudado devido à sua prevalência. Embora tradicionalmente tenha sido descrita na literatura ortopédica como um processo inflamatório que afeta os músculos que se inserem no epicôndilo lateral, estudos recentes sugerem que, na realidade, há um processo de degeneração das fibras musculares, acompanhado de dor intensa. Entretanto, a relação da epicondilite com a meia-idade e com atividades intensas envolvendo os braços é bem estabelecida.
Quais São os Sintomas do Paciente?
A queixa primordial dos pacientes é a dor na parte lateral do cotovelo, que pode ou não irradiar para a região proximal e dorsal do antebraço. Essa dor costuma se desenvolver gradualmente, mas, em alguns casos, pode ser intensa desde o início. Nos atletas de raquete, a dor inicialmente ocorre durante movimentos específicos do jogo ou treinamento, especialmente durante os golpes de esquerda (backhand). Geralmente, nessa fase inicial, os atletas não buscam assistência médica e recorrem a métodos como a aplicação de gelo na área dolorida após as partidas. Com a progressão do problema, a condição torna-se crônica, e os atletas eventualmente procuram ajuda médica, geralmente após cerca de três meses desde o primeiro episódio. Os pacientes também podem relatar dor ao segurar objetos com o membro superior estendido. Ao examinar o paciente, o médico frequentemente encontra sensibilidade à palpação no epicôndilo lateral do cotovelo, bem como dor durante a extensão ativa do punho.
Como Deve Ser o Tratamento da Epicondilite Lateral do Cotovelo?
O tratamento da epicondilite lateral do cotovelo geralmente é conservador, e a opção cirúrgica só é considerada se não houver melhora significativa com o tratamento medicamentoso e fisioterapêutico em um período de pelo menos três meses, embora esse prazo possa se estender. O tratamento conservador pode ser dividido em duas abordagens: médica e fisioterapêutica. O tratamento médico deve sempre ser considerado em todas as fases do tratamento. Inicialmente, para alívio da dor, recomenda-se o uso de anti-inflamatórios não hormonais. Para pacientes atletas, é fundamental questionar sobre o equipamento utilizado na prática esportiva, incluindo o tipo de raquete, a tensão das cordas (no caso do tênis) e os movimentos nos treinamentos diários. Outros métodos de tratamento, como acupuntura, manipulação da região cervical e do membro superior, infiltração de corticóides e ácido hialurônico, também foram descritos. O uso de dispositivos de suporte, como braceletes de velcro, pode ser útil na fase inicial do tratamento, especialmente para atletas que treinam e competem com frequência. No entanto, estudos relatam a ineficácia desses dispositivos em tratamentos prolongados e na melhora da força. Além do tratamento médico, a fisioterapia deve ser iniciada nas fases iniciais do tratamento.
Há Cirurgia para a Epicondilite?
Sim, a cirurgia para a epicondilite lateral do cotovelo é considerada se o paciente não apresentar melhora após pelo menos três meses de tratamento. No entanto, esse período pode ser prolongado. Na prática, a cirurgia é indicada somente após esgotar todas as opções de tratamento conservador, quando médico e paciente têm se dedicado intensamente à recuperação. Tradicionalmente, a cirurgia envolvia uma incisão convencional de cerca de 4 centímetros, na qual o tecido degenerado acima do epicôndilo era removido. Atualmente, a cirurgia pode ser realizada por artroscopia, com duas pequenas incisões de 4mm. Nesse procedimento, uma câmera de vídeo é inserida na articulação, e o tecido degenerado é removido de dentro para fora. Essa abordagem não apenas oferece vantagens estéticas, mas também resulta em uma recuperação menos dolorosa e mais tranquila.
Existe Alguma Maneira de Prevenir o Problema?
O fortalecimento muscular, alongamento e interrupção de atividades que demandem excessivos movimentos repetitivos são importantes aliados no tratamento e principalmente na prevenção da epicondilite.
A melhor forma de prevenir a epicondilite lateral do cotovelo no tênis, especialmente em atletas amadores, é ajustar a técnica dos fundamentos esportivos, principalmente o golpe de esquerda (backhand), que envolve a contração excêntrica dos extensores do punho, uma vez que essa categoria de atletas está mais sujeita à condição. Outro fator preventivo importante é a escolha da raquete adequada, que deve ser mais flexível e ter uma cabeça maior. A tensão das cordas na raquete (no caso do tênis) não deve ultrapassar 60 libras, pois uma maior tensão pode aumentar as vibrações transmitidas ao cotovelo, resultando em microfissuras no tendão do extensor radial curto do carpo, um músculo frequentemente afetado na epicondilite lateral. A empunhadura (grip) também é essencial, pois existem diferentes tamanhos disponíveis, e o atleta deve escolher o mais confortável. Embora o brace (imobilizador) possa ser usado como medida preventiva, é importante lembrar que, se a técnica adequada dos fundamentos não for seguida, o brace pode mascarar os sinais e sintomas da lesão e agravar o problema
Nota Importante: Este artigo visa fornecer informações, mas não substitui a consulta médica. O diagnóstico de lesões e as opções de tratamento variam de pessoa para pessoa, dependendo de diversos fatores individuais. Portanto, é essencial consultar sempre um médico para orientação adequada. As informações fornecidas aqui não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou autotratamento.
Tenho sentido muita dor e não consigo fazer minhas atividades diárias ,nem mesmo os exercícios propostos na academia e Pilates .
Qual seria o medicamento para essa dor ? Faço uso de tamoxifeno e tenho receio de tomar algum antiinflamatório.
Tenho sentido muita dor e não consigo fazer minhas atividades diárias ,nem mesmo os exercícios propostos na academia e Pilates .
Qual seria o medicamento para essa dor ? Faço uso de tamoxifeno e tenho receio de tomar algum antiinflamatório.
Olá!
Gostei muito das informações. Não sabia o que realmente estava acontecendo comigo. Agora sei do que se trata e vou diretamente buscar ajuda profissional. Muito obrigada pela explicação. Pra mim,serviu muito.